sexta-feira, 13 de abril de 2012

José Mayer surpreende em Um Violinista no Telhado

Critica por: Tony Tramell


Um Violinista no Telhado é mais um musical em cartaz que conta com o trabalho da brilhante dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho. Traz uma atuação surpreendente de José Mayer como protagonista e músicas sensacionais.

O espetáculo começou na Broadway em 1964 e ganhou sua versão cinematográfica, no começo dos anos 70. O musical por sua vez é baseado no romance de Sholem Aleichem: Tevye and his Daughters. Uma derradeira exaltação a cultura judaica que também carrega a mensagem de tolerância. Tema bem atual diante da violência que acontece por preconceito.

Liberdade e tolerância estão presentes no libretto de Joseph Stein, música de Jerry Bock e letras de Sheldon Harnick. A história se passa no começo do século XX, numa aldeia na Ucrânia onde vivem judeus e cristãos. No pequeno povoado acompanhamos os conflitos que ocorrem entre tradição e mudança, envolvendo principalmente a família de Teyve (José Mayer) e suas cinco filhas, algumas ansiosas por um casamento romântico - conceito contrário a tradição reinante que determina que o pai escolha o futuro marido por outros critérios.

Um primor de estrutura dramática, embora o ritmo ágil dos musicais dilua um pouco o drama, emprestando leveza a um dos espetáculos mais completos em cartaz no país. Revolta, amor, conformismo, preconceitos, intolerância e alegria fazem parte da fórmula que encanta e garante o sucesso de Um Violinista no Telhado.

José Mayer surpreende como o leiteiro Teyve. O público, como o crítico, mais acostumado a suas atuações como o galã das novelas de Manoel Carlos, é brindado com uma atuação vigorosa e intensamente dramática, embora tenha seus momentos sarcásticos - deixando a surpresa para sua habilidade de cantar e dançar. Soraya Ravenle brilha como Golda, a esposa de Teyve. Julia Fajardo, filha de José Mayer, atua com o pai pela primeira vez e também se sai bem em cena como Chava, uma das filhas de Teyve.

Figurinos e cenários impecáveis. O palco adornado com madeira rústica, provocando aquele aspecto empoeirado e antigo, ganha ainda mais grandiosidade com os painéis verticais que deslizam por trilhos e permitem uma boa composição para criarem ambientes distintos como a casa, a floresta ou a praça, entre outros. A profundidade do palco, que muitas vezes é desprezada nas montagens, aqui ganha a criação de ambientes distantes, como a silhueta do povoado ou a estação do trem, que tem uma bela cena com um trem cruzando o horizonte durante à noite. Somados com as atuações e a coreografia e números musicais deslumbrantes, como a dança da garrafa, transformam Um Violinista no Telhado em um espetáculo excelente e imperdível.





FONTE: Almanaque virtual UOL

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